Amália Hoje

Noiserv a abrir o concerto, com David Santos a tocar e a cantar. A acompanhá-lo apenas uma rapariga, que "só" desenhava - e de forma essencial diga-se. O David navega sozinho por entre um mar de instrumentos que encanta e nos faz sentir nas nuvens de tão doce. Tudo se ia construindo, auditiva e visualmente. E a simpatia? Transpirava.

Nuno Gonçalves - o mentor do projecto, Sónia Tavares, Paulo Praça e Fernando Ribeiro num concerto inesquecível. Todos eles com personalidades muito distintas e com uma presença muito forte em palco. Até a um lamiré de valsa dançada pela Sónia e pelo Fernando tivemos direito, ao som da voz do Paulo Praça.

Muitas palmas, muita dança, muita energia. Aproveito para pedir desculpa às pessoas que decidiram sentar-se na fila atrás da nossa e que insistiram fazer cara má sempre que eu olhava à volta para avaliar o grau de contágio. Mas efectivamente, e como já dizia o outro, "se não consegues vencê-los, junta-te a eles". Temos pena eh eh, soubessem aproveitar as coisas boas da vida.

Já eu, ora me abanava com o leque enquanto dançava para ver se refrescava, ora pousava o leque para poder bater palmas num uníssono que me entusiasmava cada vez mais.

Mas também me emocionei e houve mesmo alturas em que o meu coração acalmou bastante, como por exemplo ao som de "Medo" interpretado pela inigualável Sónia Tavares ou até mesmo durante o vídeo que passou sobre a nossa querida Amália. Afinal de contas, o motivo que nos uniu ali naquela noite de 6 de Outubro. Realizei que já passaram 10 anos da sua morte e uma tristeza imensa invadiu o meu coração de repente.

Um concerto cheio de surpresas e mais surpresas que, quando achava terem acabado, voltavam a inundar o Coliseu para meu espanto e alegria.


A caminho de casa liguei o mp3, que por coincidência estava a meio d' "A gaivota". E subitamente a chuva começou a lavar-me o rosto.

Obrigada a vocês, CJ e Tunes, pela fervorosa companhia.

Foi quase, quase perfeito.

Namastè :)